sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mídias alternativas

O último debate matutino da 1ª Semana Catarinense de Jornalismo foi realizado hoje às 10h na sala 3305 da Estácio de Sá.

Na mesa, intermediada pelo professor de Internet e Mídia Digital Rogério Mosimann, estavam os jornalistas e donos de seus próprios negócios de comunicação Mariana Baima, Jurandir Camargo e Rodrigo Lóssio que conversaram e responderam perguntas dos alunos sobre mídias alternativas.

Mariana Baima é proprietária da empresa de assessoria de imprensa Primeira Via que atua em Santa Catarina, principalmente em Florianópolis, Blumenau e Balneário Camboriú. Ela disse que acima de qualquer coisa, assim como um jornalista de outros meios, um assessor tem que ter um faro muito forte para a notícia, pois o cliente pode não saber o que é pode ser divulgado. Além disso, ela costuma negar trabalhos para empresas que ela não se identifique com o segmento. “Você tem que entender bem o negócio do cliente”, explicou. Normalmente Marina prefere empresas do ramo de economia e varejo, mas abre exceções, como para Intercultural e o Instituto Cultura Bom de Bola.

Para ela uma dificuldade é fazer com que o cliente entenda que espaço editorial não é comprado como o publicitário e que às vezes ele não terá a notícia emplacada na mídia.

Sobre o mercado da assessoria, Mariana afirmou que sempre há novas vagas, pois além de ser uma área que está em constante crescimento muitos jornalistas não são capacitados para este ramo da profissão. “Você tem que ser completo. Ser o pauteiro, o repórter e o editor”, comentou a empresária.

Baima também ressaltou a importância de se pesquisar muito a trajetória de uma empresa oupessoa antes de se começar a trabalhar com ela, porque este possível cliente pode ter o costume de se envolver em problemas e, neste caso, o assessor acaba tendo a imagem queimada.
Rodrigo Lóssio é formado pela Universidade Federal de Santa Catarina há três anos e hoje presta assessoria de imprensa para empresas de tecnologia e inovação e também mantém um blog, o TISC, com o mesmo tema.

Trabalhando no ramo de assessoria desde que terminou a faculdade, Lóssio confessou que sente falta de ter trabalhado em uma redação e que considera muito importante que um jornalista passe por todos os tipos de mídia. “Não é um pré-requisito ter passado por uma redação, mas conhecer bem todos os meios sim”, declarou o assessor.

Ele também disse que a internet é uma grande ferramenta para as empresas, pois através dela podem se comunicar diretamente com o cliente, ao contrário da TV e do rádio.

Rodrigo crê que os blogs são uma boa ferramenta para estudantes de jornalismo que querem trabalhar com internet poderem experimentar, além de que mais tarde estes blogs podem se tornar um portfólio do acadêmico.

Jurandir Camargo não tem diploma de jornalista, mas atua na área há 35 anos. Já trabalhou em TV, rádio, documentários, assessoria de imprensa e jornais nos estados da Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Foi censurado pelos militares e teve que se esconder quando trabalhou no jornal alternativo Boca do Inferno, cobriu a Novembrada e fez um jornal bilíngüe na fronteira do Brasil com o Uruguai. Hoje trabalha de terça a sexta-feira ao meio-dia como editor do jornal Correio de Santa Catarina.

Mesmo com todo esse currículo ele garante que trabalhar em um jornal pequeno e viver na sombra dos grandes veículos é uma tarefa difícil. “É Como matar um boi a cada dia. Você tem que escrever, divulgar, distribuir e tudo mais”. Comentou o veterano da mesa.

Sobre a internet como ferramenta jornalística, Jurandir declarou que é um meio de comunicação que dá poder de voz a todos. “É uma mídia que está se abrindo para os jornalistas e para toda a torcida do Flamengo”, brincou o editor.

A próxima palestra da Semana Catarinense de Jornalismo será na terça-feira, dia 3 de novembro, ás 19h no auditório da Faculdade. O convidado da noite é o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Sérgio Murillo de Andrade.

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