segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Presidente da FENAJ estará no encerramento

Dia 3 de novembro, às 19h é o encerramento da Primeira Semana de Jornalismo da faculdade Estácio de Sá. Para fechar em grande estilo estará presente o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Sérgio Murillo de Andrade. Ele vai discorrer sobre a luta da FENAJ para reestabelecer a obrigatoriedade do diploma no exercício do jornalismo. Mesmo com uma agenda cheia, Sérgio Murillo conversou conosco em um café, no Centro de Florianópolis, e se mostrou confiante na volta da regulamentação da profissão.

 Em 45 minutos de bate-papo, Sérgio respondeu a todas as perguntas feitas e lembrou da missão da FENAJ e a participação dela na história recente do Brasil, ressaltando a liderança na luta pela democracia na área da comunicação.


SCJ - Qual a principal luta, hoje, da FENAJ?

SM - A defesa da regulamentação da nossa profissão e da formação superior como critério democrático de acesso à profissão. É de fato a principal bandeira, hoje, em função principalmente das ações da justiça brasileira, o que é lamentável, porque em pleno século XXI nós estamos com lutas da metade do século passado. Estamos lutando contra retrocessos que deveriam ter sidos resolvidos a mais de 50 anos. Isso é uma tragédia para nossa profissão e para o próprio país. É muito ruim ficar questionando se é importante, ou não, a formação escolar como critério de acesso às profissões.

SCJ - A FENAJ pecou em algum momento antes da decisão do Supremo Tribunal Federal(STF)? Ela achou que a causa estava ganha?

SM - Nunca achamos isso; quem achou isso foi uma parte da direção das escolas de jornalismo no Brasil, boa parte do movimento estudantil dos jornalistas, uma parte significativa da nossa profissão e da própria sociedade. Até a OAB nós procuramos e eles não acreditavam que o STF cassaria a obrigatoriedade do diploma. Nós passamos os últimos dez anos alertando a todos sobre o problema. Desde 2001, quando começou essa luta, a FENAJ não passou uma semana, sequer, sem trazer o assunto à tona, seja no Boletim da Federação ou em debates que alertavam a sociedade.

SCJ - Então, o assunto não foi levado a sério?

SM - A verdade é que muita gente não acreditou. Se tivesse de fazer uma crítica, eu faria, foi na nossa incapacidade de convencer as pessoas dessa ameaça. Muita gente da nossa profissão, que se julga uma profissão bem informada, não sabia desse processo. Muita gente ficou surpresa de ver essa informação sendo veiculada pela Rede Globo naquela noite do julgamento.

Para Sérgio Murillo isso aconteceu porque a mídia sabotou a discussão, impedindo que o assunto chegasse à sociedade. Ele disse ainda que o argumento do ministro Gilmar Mendes, do STF, - de que a desregulamentação favoreceria a democracia - é uma falácia, uma conversa para boi dormir.

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